O desenvolvimento de Software Moldará o Futuro

O futuro das profissões está na programação. Nos últimos anos, em diversas oportunidades esta afirmação foi proferida por algum profissional da tecnologia. Porém, em um futuro breve, toda empresa será desenvolvedora de software, sendo que, as que não se adequarem estarão fadadas a desaparecer ou se tornarão irrelevantes.

Embora, esta afirmação se encaixa perfeitamente com a atualidade. É difícil imaginar negócios ou até mesmo setores da economia que não precisem da tecnologia como competência fundamental.

Os processos e dinâmicas de trabalho estão cada vez mais automatizados e integrados, assim, o software permeia constantemente o cotidiano das organizações.

Com o surgimento e evolução constante da tecnologia. Sempre presente na rotina das pessoas, é necessário repensar a forma como ele é criado e mantido. No último ano, cerca de 40% das vagas de TI no Brasil foram destinadas a desenvolvedores Full-Stack, 27% para programadores Front-End e 17% aos profissionais de Back-End, segundo estudo da Trampos.Co.

Se antigamente esperávamos por departamentos especialistas em TI para desenvolver soluções, hoje as coisas têm mudado.

A todo momento surgem alternativas viáveis e acessíveis para que qualquer um possa impactar atividades digitalmente. Em sentido amplo, todos estão aprendendo a programar – mesmo sem, necessariamente, escrever código.

Departamentos comerciais, por exemplo, encontram na nuvem serviços prontos para controlar funis de venda, relacionamento com clientes, entrega de valor, entre outros.

A maioria dessas soluções já estão disponíveis com diversos mecanismos prontos de integração e soluções corporativas. Isso permite que essas soluções sejam adotadas sem o conhecimento das áreas de tecnologia, dando origem ao fenômeno de shadow it.

É importante destacar que a competência para escrever programas simples habilita profissionais para desenvolver todo tipo de otimização no seu cotidiano, maximizando a produtividade.

Por isso, é comum ver grandes empresários apostando na ideia de que todo profissional deveria ter conhecimentos, mesmo que rudimentares, em programação.

No ambiente educacional, a habilidade para programar ajuda a desenvolver, também, o raciocínio lógico além de capacidades de planejamento e execução. Deste modo, o ensino da programação tem sido incluído nas grades escolares e formações acadêmicas.

Àqueles que não tiveram a oportunidade de estudar programação em idade escolar ou em ambiente acadêmico, a internet revela-se um terreno fértil.

Hoje, é possível encontrar incontáveis alternativas de aprendizado, que vão desde cursos gratuitos disponíveis em plataformas de streaming. Até escolas virtuais com conteúdo abrangente e acessível ajustáveis a todos os níveis de expectativa e para todos os bolsos.

Cinco desafios que o Brasil deve enfrentar em 2021 para avançar em direção à TI Industrial

A TI Industrial, hoje,  é uma realidade em alguns segmentos da economia brasileira. Dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IED) que fazem parte do relatório Indústria do Futuro no Brasil e no Mundo, de 2020, indicam que os setores de petróleo, gás e mineração estão engajados na integração entre os universos TI e OT.

Esses setores enfrentam competidores globais, e sua produtividade e rentabilidade dependem da digitalização de seus processos e da conexão com as áreas de negócios. A proximidade entre TI e OT avança, também, no segmento de serviços de utilidades públicas, grandes empresas que fornecem eletricidade, água e gás para a população.

 

Mas ainda é cedo para afirmar que o Brasil como um todo está na fase da Indústria 4.0.

Os preparativos para esse salto, porém, estão acontecendo aqui e agora. Muitas instituições educacionais de ensino médio, técnico e superior – incluindo pós-graduação – oferecem cursos de manufatura avançada e de convergência entre os mundos OT e TI. Esse é um movimento essencial para garantir que a aproximação entre o chão de fábrica e a TI tradicional aconteça a partir das melhores práticas de mercado.

Em 2021, as empresas que avançarem em direção à TI Industrial irão, fatalmente, enfrentar cinco grandes desafios:

1 – Implementar segurança digital do dispositivo IIoT à Nuvem

A digitalização trouxe desafios muito específicos em termos de segurança. Os sensores, dispositivos e implementações de IIoT trazem riscos à segurança que já foram bem documentados.

Mas, neste momento, os componentes do mundo OT estão sendo abertos para conectar-se com novos sistemas e dispositivos. Isso abre novos flancos de ataque. A complexidade do quadro aumenta quando se pensa que os conceitos e ferramentas padrão de segurança desenvolvidos para a TI não necessariamente funcionarão para a OT.

Sim, é possível conectar o mundo TI à OT e vice-versa. Mas isso exige uma estratégia de segurança digital que comece nos dispositivos IIoT e avance, camada por camada de tecnologia, até as plataformas – muitas delas na nuvem – que protegem simultaneamente e com igual competência OT e TI.

2 – Aprofundar o uso de soluções de Edge Computing Industrial

Considerando-se a importância dos dados provenientes do chão de fábrica e dos dispositivos IIoT, gateways de borda industriais (ou gateways inteligentes) começaram a desempenhar um papel fundamental nos ambientes de manufatura.

Como toda solução de Edge Computing ou computação de borda, essas tecnologias levam para as pontas da infraestrutura crítica industrial um poder de processamento e inteligência que, antes, só se via em grandes estruturas centralizadas. Um dos resultados desse modelo é a diminuição da latência.

Esses gateways podem ser conectados a diversos elementos no chão de fábrica e são responsáveis por agregar dados e enviá-los para diversos destinos. Isso significa que eles são os gateways – como o nome sugere – para as áreas de negócios acessarem dados importantes sobre o processo produtivo.

Integrar esses dispositivos à infraestrutura atual continuará a ser um tema fundamental.  Desse modo, muitas empresas em seu avanço em direção à Indústria 4.0. É essencial, também, assegurar que esses gateways estejam conectados, disponíveis e operantes. Isto é, faz parte da tarefa de monitoramento da infraestrutura completa, incluindo a borda da rede.

3 – Padronizar os protocolos de comunicação de chão de fábrica

Com a interconexão dos sensores e dispositivos de IoT com OT e outros ambientes digitais. Dessa forma, é necessária uma “linguagem” comum para assegurar a comunicação entre componentes de diferentes tecnologias. Portanto, o padrão OPC UA está em ascensão como uma opção amplamente adotada – e espera-se que essa tendência se mantenha nos próximos anos.

Porém, seja qual for o padrão de chão de fábrica adotado por um fabricante, assim, será necessário implementá-lo e integrá-lo com a infraestrutura existente.

4 – Estudar o que a nuvem pode agregar para cada aplicação de TI Industrial

Atualmente, o processamento crítico pode ocorrer em diversos lugares: na nuvem, on-premise, na borda ou em uma combinação destes ambientes. Entretanto, a tendência para uma arquitetura multinuvem é uma realidade, com serviços de múltiplas nuvens combinados em uma única solução.

Outra tendência é o uso de cenários híbridos, nos quais dispositivos de borda. Já que, o hardware local e serviços na nuvem são combinados em uma solução integrada e fluida, sob medida para o desafio de negócios da empresa.

Portanto, é importante que o gestor do ambiente OT/TI compreenda claramente suas necessidades e a melhor resposta. Ou seja, em termos de modelo de processamento, para atender suas demandas de negócios.

No universo industrial cada setor tem características muito específicas e isso deve ser levado em conta na hora de tomar essa decisão.

5 – Conquistar visão analítica sobre o que se passa no universo IIoT

A natureza da IIoT significa que dados estão sendo gerados por sensores, dispositivos e maquinaria conectada. Desde que, esses dados podem ser extremamente úteis para identificação de tendências, obtenção de insights acerca do processo produtivo e tomada de decisões.

Um exemplo: coletar informações sobre a operação de uma máquina utilizando sensores pode dar pistas sobre a necessidade de manutenção do equipamento. Isso, permite aos técnicos efetuar manutenção preditiva, em vez de trabalhar a partir de datas pré-agendadas. A meta é evitar interrupções e custos desnecessários.

Continuando, ara atingir esse resultado, é necessário coletar os dados, compreender os insights produzidos por esses dados (analytics) e gerar alarmes sempre que for necessário. Só que, a base para essa visão preditiva e analítica pode ser o uso de plataformas de monitoração OT/TI.

Consequentemente, a partir de métricas sobre o melhor funcionamento dos diversos elementos deste universo. Uma vez que, informam os gestores quando valores coletados no chão de fábrica excedem os limites definidos.

2021: Pessoas e sistemas no limiar de uma nova integração

A convergência entre TI e OT é uma das maiores forças motrizes para o avanço do Brasil em direção à Indústria 4.0.

As máquinas anteriormente modularizadas estão, agora, conectadas, e sensores IIoT estão entregando dados sobre todos os aspectos da produção. E, do lado da TI, plataformas utilizadas em ambientes digitais tradicionais estão, agora, avançando para o universo do chão de fábrica.

Visto que, o nosso mercado já conta com soluções que, quer tenham surgido no chão de fábrica, quer tenham surgido na TI. Assim permitem a integração desses dois mundos. Continuando, em paralelo a essa transformação estamos vendo, no Brasil, a formação de novos profissionais que passam a ter uma visão holística sobre universos antes estanques.

A especialização em segmentos específicos da OT e da TI seguirá sendo necessária – a complexidade das tecnologias exige isso.

Sem dúvida, o que muda é a abertura para o desejo de aprender novas linguagens e criar pontes sempre abertas entre universos que, antes, existiam de forma isolada. Seja como for, quem trilhar esse duplo caminho de integração – entre pessoas e entre tecnologias – acelerará a chegada da Indústria 4.0 ao Brasil.

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