História e luta feminina ao longo das décadas

Dia Internacional da Mulher 2020 - CroSoften

“Celebrar e refletir os direitos das mulheres; exigir o fim da desigualdade de gênero”. Assim foram definidos os objetivos do Dia Internacional da Mulher, de acordo com a ONU Mulheres Brasil. Apesar de parecer simples, a proposta da entidade é carregada de história e luta feminina ao longo das décadas. Por isso, neste post vamos falar sobre os principais pontos dessa trajetória e sobre as mulheres no mercado de trabalho.

Conteúdo criado pela ONU Mulheres para o Dia Internacional da Mulher 2020.
Material criado pela ONU Mulheres para o Dia Internacional da Mulher 2020.

 

História e luta feminina ao longo das décadas

Antes de avançarmos no assunto, é essencial entender sobre o contexto da definição do Dia Internacional da Mulher. A data é muitas vezes relacionada às operárias que morreram em um incêndio em 25 de março de 1911. Entretanto, historiadores afirmam que, antes disso, já tinham sido feitas comemorações e mobilizações pelos direitos das mulheres.

Dia Nacional da Mulher

Organizado pelo Partido Socialista da América em Nova York, o primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em 1909. Com a finalidade de reivindicar melhores condições de trabalho para as mulheres, uma passeata tomou as ruas da cidade. Assim, o dia 28 de fevereiro daquele ano foi o início de um movimento que só ganharia força. E, até hoje, os motivos que deram origem à inciativa se mantêm parecidos aos daquela época.

Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas

Pouco tempo depois, Clara Zetkin sugeriu que todas as mulheres se unissem para lutar por direitos iguais aos dos homens. Em princípio, a professora e jornalista alemã propôs somente que a iniciativa acontecesse em uma data específica, ainda não definida. Logo em seguida, Alemanha, Áustria, Dinamarca e Suíça comemoraram o primeiro Dia Internacional da Mulher, em 19/03/2011. Dessa forma, o primeiro Dia Internacional da Mulher foi realizado, com diversas passeatas. Nas marchas, foi cobrado o direito ao trabalho sem discriminação, ao voto e à ocupação de cargos públicos por mulheres.

Fim do Império Russo e 08 de março

Desde o seu primórdio, as comemorações estiveram intimamente ligadas ao movimento socialista. E, por causa dele, o dia 8 de março passou a ser o Dia Internacional da Mulher.

O fato que originou essa data ocorreu em 23 de fevereiro juliano de 1917. Porém, com a adoção do calendário gregoriano pela Rússia no ano seguinte, ela se transformou em 8 de março. Nesse dia, em 1917, deu-se o fim do Império Russo e da dinastia Romanov. E isso só foi possível graças às mulheres que se juntaram ao exército para depor o czar Nicolau II.

Dia Internacional da Mulher

Apesar de comemorado em 8 de março desde 1918, o Dia Internacional da Mulher foi oficializado pela ONU em 1975. Mesmo que as celebrações tenham sido feitas em dias diferentes ao longo das décadas, os motivos originais permanecem. Embora atualizados e mais abrangentes, os objetivos são repensar e transformar o mundo pela igualdade e pela inclusão. E isso deve ser feito em todos os ambientes e setores – principalmente no mercado de trabalho.

Conteúdo criado pela ONU Mulheres para o Dia Internacional da Mulher 2020.

Mulheres no mercado de trabalho

A situação das mulheres no mercado de trabalho é tema de discussão e protestos desde 1909. Contudo, apesar de alguns avanços terem acontecido, o cenário ainda está longe de ser o ideal. Atualmente, a maioria das mulheres já não trabalha em condições tão deploráveis quanto há 100 anos. Porém, quando analisamos o quadro, percebemos que muitas delas – muitas mais do que imaginamos – ainda enfrentam preconceito, desigualdade e exploração.

Plataforma de Ação de Pequim

Há 25 anos, um acontecimento importante marcou para sempre a história e a luta feminina ao longo das décadas. Em setembro de 1995, em Pequim, ocorreu a Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres. E foi nessa conferência em que as Nações Unidas se comprometeram a promover a igualdade de gênero.

A agenda da Plataforma de Ação de Pequim continha tópicos como o direito ao emprego, empreendedorismo feminino e outros. Consequentemente, as ações visavam empoderar as mulheres no mercado de trabalho, reduzir disparidades salariais por gênero e a segregação ocupacional.

Avanço lento e mudanças sutis

Todavia, o que se vê é um avanço lento e mudanças ainda sutis. De acordo com o relatório “O Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016”, a situação trabalhista melhorou para as mulheres. No relatório, afirma-se que o mercado de trabalho no Brasil se ampliou para as mulheres nestas últimas três décadas. A diferença salarial entre gêneros reduziu moderadamente, elas passaram a ocupar mais posições e o acesso aos direitos trabalhistas aumentou.

Entretanto, se pensarmos que a quantidade de mulheres com idade suficiente para trabalhar também aumentou, as afirmações anteriores perdem potência. Afinal, com um volume maior de mulheres, por certo que o mercado sofrerá expansão.

A disparidade salarial também continua alarmante, visto que as brasileiras ganham 20,5% menos do que os homens. Apesar de serem mais escolarizadas do que eles, as mulheres ainda são minoria em cargos gerenciais. Além disso, elas dedicam muito mais horas aos afazeres domésticos do que os homens, o que agrava ainda mais a situação. Em conclusão: elas estudam e trabalham mais, mas têm menor remuneração e ocupam menos cargos de liderança que os homens.

 

Mulheres no segmento de tecnologia

Se a situação das mulheres no mercado de trabalho está longe do desejado, na área tecnológica é ainda mais preocupante. Mesmo que grandes mulheres tenham sido responsáveis por avanços no segmento, o ambiente continua predominantemente masculino. Somente 25% dos profissionais que atuam no mercado de TI são mulheres. No Brasil, 51% delas afirmam ter sofrido discriminação e 59% se sentem desencorajadas a assumir cargos de direção.

Porém, embora os números reflitam as várias adversidades, eles não são suficientes para impedir que iniciativas surjam todos os dias. Coletivos de mulheres na tecnologia têm se formado e auxiliado a mudar esse quadro. No Brasil, em 2016, já existiam dezenas de movimentos femininos e o número só tem crescido desde então. Em Uberlândia, grupos como o núcleo feminino da CroSoften, Ladies That UX, UberHub Mulher e Women Techmakers fazem a diferença. Isso prova que, apesar das dificuldades, a área apresenta possibilidades de melhoria, igualdade e inclusão.

Núcleo feminino da CroSoften

A CroSoften sempre foi na direção contrária ao mercado quando o assunto é igualdade de oportunidades e inclusão de gênero. A maior parte dos cargos de liderança é ocupada por mulheres e os benefícios contemplam ações pensadas para elas.

Parte do núcleo feminino da CroSoften
Algumas das profissionais que fazem parte do núcleo feminino da CroSoften.

Elas têm presença de destaque em vários departamentos, como Controladoria, Gestão Operacional, Comercial, Design, RH e Marketing. Além disso, as profissionais lideram o núcleo feminino da CroSoften, responsável pela organização da Terça Para as Mulheres (TPM).

Profissionais da CroSoften em uma das edições da TPM CroSoften - Terça Para Mulheres
Profissionais da CroSoften em uma das edições da TPM CroSoften – Terça Para Mulheres.

Ainda há muito a fazer

Como mostramos, apesar dos avanços na busca por direitos e igualdade para as mulheres, muito há que ser conquistado. A boa notícia é que, no mundo todo, pessoas se juntam para reivindicar melhor condições e transformar esse cenário.

Imagem produzida pela ONU Mulheres para o Dia Internacional da Mulher 2020

 

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Saiba mais

Para conhecer mais sobre a história e a luta feminina ao longo das décadas, confira o material relacionado:

  • Tema da campanha da ONU para o Dia Internacional da Mulher 2020 (vídeo sem legendas, disponível apenas em inglês):

 

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